quarta-feira, 20 de maio de 2009

>>PRISÃO ESPACIAL<<

Levantei-me, hoje pela manhã, já lutando contra a Gravidade que novamente insistia em me fazer permanecer deitada, além da já costumeira Preguiça. Aliás acredito que ambas devem ser irmãs de mesmo pai e mãe pela capacidade que tem em me prender e me manter imóvel e passiva as suas ações. Não tive nem tempo de me despedir do meu mundo fantasioso, contar até cinco e aproveitar aquele momento e já finquei os pés no chão.
Após esse grande evento, me arrumei sentindo meu corpo pesado. Era a Gravidade que continuava a atuar sobre mim e fui caminhando nessa luta em direção ao ponto de ônibus. Corri, corri, corri e por um breve segundo venci a Gravidade, quase voei. Mas, não. Ela me forçou a fincar, mais uma vez, os pés no chão.
Quando adentrei a faculdade que nenhuma relação tem com as tias Delícias, a Gravidade me lembra novamente qual é o meu lugar e não me deixa nem curtir meu mundo onírico, sem piedade me acorda na aula de dança - processos e modalidades para a Consciência, esta que cisma em nunca deixar passar nada por mim, que me mantem acordada, que me faz ser aquilo que sou e pertencer ao mundo que pertenço.
Só então, sinto que difícil será continuar combatendo as irmãs Preguiça e Gravidade, pois elas sempre se mostram mais forte que eu e a Consciência ela rouba meu sono, minha vida e me afasta das tias Delícia.
Sou forçada por uma medida autoritária da Consciência, apesar de estar lutando e por alguns breves momentos com os primos Música e Silêncio ter desfrutado tanto das tias Delícias quanto da irmã gêmea "malvada" (In)Consciência, a esperar pela professora de Arte e Antropologia I que já estava atrasada fazia alguns bons minutos, provavelmente brigando com a Gravidade e a Preguiça. E então as Delícias se despedem de mim, e todos os outros familiares acima mencionados se exploraram da minha acomodação e senso de conformismo. Assim que percebo, tento resistir, transformar aquela aula que acabou de começar em algo prazeroso, algo menos humano, menos terrestre, mais experimental, delicioso...Mas, é em vão, pois a aula já está acabando e a Consciência me desperta para todos os problemas que devo resolver durante o dia, desço os 11 andares com as pernas tremulas e o corpo num interior gelado que dá até calafrios e me dirigo para o Centro. Recebo uma ligação de minha mãe que faz a Delícia tentar voltar para mim...Chego em casa já me sentindo um pouco melhor, mais saudável, talvez possa até dizer, mais feliz!!!
Porque exatamente no considerado pior momento a Consciência decide sempre bater a minha porta e me lembrar de algo que passo o dia tentando esquecer(???), talvez nem tanto, só colocar de lado para que não sinta meu coração pulsar em câmera lenta dando espaço para que meus pelos se arrepiem, minha pele se esfrie e minha vida se esvazie de...MIM.

Camila Rial.

PS: Estava sentindo falta de escrever aqui e sempre...

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